domingo, 16 de maio de 2010

SOBRE A GREVE E A ASSEMBLÉIA


Há mais de duzentos anos, os trabalhadores assalariados – em geral, simples e pouco intelectualizados – compreenderam que, em oposição à força do poder econômico concentrado, somente por meio da organização coletiva podem oferecer resistência aos desmandos e humilhações sofridos e, assim, conquistar e exigir o cumprimento dos seus direitos. Presente na memória coletiva, este aprendizado, em cada indivíduo, tem que ser permanentemente reproduzido, reconstruído. Nós, professores da Unicastelo, estamos num momento de reaprendizagem, de reeducação. Nos último dias, em razão do transbordamento da indignação frente a mais uma transgressão dos nossos direitos, demos um passo importante na luta pelo atendimento dos mesmos e, com isso, na recomposição de nossa dignidade pessoal e profissional. Este, porém, foi apenas um passo – e, infelizmente, ainda não foi dado por todos. Tanto que, nesses dias em que muitos colegas de trabalho têm assumido inúmeras tarefas para a manutenção da mobilização e o sucesso de nossas reivindicações, outros – ainda que poucos, é verdade – têm atuado no sentido contrário àquele dos interesses coletivos. Por isso, inclusive, estes estão desviando o olhar, evadindo-se de conversas sobre os acontecimentos, assumindo uma posição em público e – vergonhosamenteagindo de modo contrário quando se distanciam dos próprios pares, agindo como se estivessem de férias e não em greve, desrespeitando a decisão de uma Assembléia democrática e soberana (da qual, diga-se, todos podem participar, expor suas opiniões, esclarecer-se e auxiliar os outros colegas a fazer o mesmo acerca do momento profissional e sindical que vivemos e, também, deliberar coletivamente sobre como agir etc.) e, tão grave quanto, utilizando-se dos mais diversos subterfúgios para não se responsabilizar pelos próprios atos (inclusive, no caso de alguns, assinando o ponto quando a orientação era para não fazê-lo, como se isto fosse um “sinal” para a instituição de que não é favorável ao movimento grevista. Quase dizendo: – Eu vim, mas não dei aula porque não tinha alunos em sala! Lembrando, assim, a bela música de Gonzaguinha, “Comportamento geral”[http://www.radio.uol.com.br/#/busca/musica/Comportamento Geral]. É necessário dizer isso porque, nessa segunda-feira (17/05), teremos uma nova Assembléia. Nela, novamente, nós, professores, decidiremos pelos rumos do nossa organização e do nosso movimento. Por isso, sejam favoráveis ou contrários, estejam contentes ou descontentes com os rumos da mobilização, é um dever de todos participarem.

Sendo assim, caro professor, saiba que é SOMENTE PARTICIPANDO DA ASSEMBLÉIA, e NELA SE POSICIONANDO,que você poderá contribuir para que nossas decisões coletivas sejam as mais corretas e adequadas ao espírito e às expectativas de todos. Fazendo isso, os comportamentos desagradáveis acima relatados não mais se repetirão, pois, de um modo ou de outro, cada um estará comprometido consigo mesmo e com todos.

Um grande abraço a todos e até a Assembléia!

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