Para avaliar a atual greve dos professores, é preciso resgatar a história da Unicastelo desde 2005, quando uma greve de 25 dias dos professores provocou uma mudança dos controladores e, posteriormente, da mantenedora – alguns dizem, inclusive, que houve uma espécie de “intervenção branca do MEC” –, o que salvou a Universidade da falência iminente e de uma administração nefasta.
Desde então, professores e coordenadores uniram-se ao projeto da nova Reitoria de reconstrução da Unicastelo. Nessa reconstrução, coube-nos um trabalho intenso; foram diversos e imensos os esforços, sacrifícios e concessões realizados por todos na construção de uma universidade de qualidade – a qual, diga-se, assenta-se quase somente na qualidade de seus trabalhadores, tendo em vista sua infraestrutura explicitamente deficiente e sem ações significativas de marketing. Não há professor na Universidade que, em algum momento, não tenha participado de reuniões para discutir PDI, PPC, ementas de cursos; desenvolvido atividades extracurriculares, atividades de campo, orientado TCC, etc., em condições muitas vezes adversas e, quase invariavelmente, sem remuneração específica para isto. Ademais, quantos de nós não desenvolveram (e desenvolvem) suas atividades em locais e em condições precárias?
Lembre-se, ainda, que nesse processo muitos professores – atendendo a um chamamento do reitor – abriram mão de aulas em outras instituições e passaram a dedicar-se integralmente à Unicastelo.
O resultado dessa nossa dedicação foi o salto de 5.000 estudantes para 11.000 em 2010 – com um pico de 13.000 em 2008 –, além da aprovação de novos cursos, o bom desempenho das turmas avaliadas pelo Enade, as recomendações do MEC e, finalmente, a Avaliação Institucional com NOTA 4. Assim, no momento em que o valor de mercado da instituição está inflado pela referida nota, busca-se envolver a Unicastelo numa nova troca dos “controladores” (os “donos” de uma instituição filantrópica); ou seja, envolvê-la numa transação milionária enquanto perduram as especulações de mercado geradas pela avaliação institucional.
O fato é que, para todos os efeitos, nossas reivindicações devem dirigir-se para os atuais controladores, que, não há dúvida, também têm interesses econômicos na instituição e, há anos, estão lucrando à custa, dentre outras coisas, da super exploração da nossa força de trabalho e na burla, em larga medida, dos nossos direitos trabalhistas tais como:
Ø não pagamento do salário de abril e falta de previsão para sua efetivação;
Ø não pagamento de um terço de férias, o qual deveria ter sido efetuado em julho de 2009;
Ø falta de depósito do FGTS desde março de 2009;
Ø falta de pagamento da folha complementar, que inclui horas de orientação de estágio e atividades complementares, entre outros.
Por isso, é fundamental dizermos: – Basta! Nossa greve é justa e não ficaremos reféns de argumentos que invertem as responsabilidades e desconsideram a nossa história nesta Instituição, e não esconderemos nada da sociedade e do MEC, pois não temos vergonha da nossa história. Já os controladores, ao contrário, têm muito a responder, a nós e ao MEC.
Comando de Greve dos Professores
SINPRO
Maio/2010
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