Em tempos de greve, tudo parece confuso, política e sentimentalmente. Trabalhador não trabalhando, patrão que manda não sabendo mandar. Não sabemos exatamente o que fazer, pois fomos treinados para o trabalho; quando não estamos produzindo, ficamos sem chão. Chegamos a querer entender os companheiros que preferem trabalhar em tempos de greve, mas o caráter abjeto da fraqueza e da vacilação são abomináveis. Pois, como canta Fagner, nossa vida “é trabalho / E sem o seu trabalho / Um homem não tem honra / E sem a sua honra / Se morre, se mata / Não dá pra ser feliz / Não dá pra ser feliz”. Em entrevista recente, o próprio Reitor da Unicastelo, Gilberto Selber, mostrou-se compreensivo com os professores que denunciavam o atraso dos salários em Fernandópolis, que estes o faziam com “razão, porque quem trabalha e não recebe o salário não pode ficar feliz da vida”. É importante ressaltar que não há felicidade na exploração, na submissão. O trabalho é criação, é intervenção na realidade, é reconhecimento do homem na coisa produzida, é garantia de libertação do natural opressivo; mas trabalho somente é vida plena quando garante vida verdadeiramente humana também a quem trabalha.
Em tempos de greve, não há trabalho. Há reflexão, mobilização, confraternização, solidariedade entre os pares. Em tempos de greve, não há resignação, benevolência com o patrão, confiança nas suas palavras. Em tempos de greve, há negociação, assembléias e participação. Em tempos de greve, não há covardia, nem dedicação às coisas do patrão, nem horas vendidas e não pagas. Em tempos de greve, não há individualismo. Há um coletivo, uma unidade, uma só luta. Em tempos de greve, há clareza sobre pelo que lutamos: Lutamos por nossa dignidade e o direito de ainda querer ser Feliz.
Em tempos de greve não há trabalho, há LUTA!
A greve é o recurso que resta ao trabalhador quando o patrão insiste em tirar-lhe o pão. O trabalhador deve recuar somente após uma solução definitiva. Qualquer recuo antes de solucionar os problemas existentes fortalecerá o patrão que se sentirá confortável.
ResponderExcluirQuando um problema nos é apresentado de uma forma tal que saímos sempre a perder seja qual for a nossa escolha, o melhor é mudar a forma como o problema é formulado.
ResponderExcluiropiniao | 22 Maio, 2010 - 11:50 | Por Ricardo Coelho in
http://www.esquerda.net/opiniao/tr%C3%AAs-est%C3%B3rias-sobre-o-neo-liberalismo?quicktabs_5=1
trecho da musica citada.
ResponderExcluir(FAGNER- GUERREIRO MENINO)
"...Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem perfeitos
É triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida é o trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz..."
VALE A PENA OUVIR:
http://www.radio.uol.com.br/musica/fagner/guerreiro-menino-um-homen-tambem-chora/11317
Faltam apenas 25 dias para fechar o primeiro semestre de 2010, isso é o que me falta para concluir o curso de artes visuais.
ResponderExcluirMas é preciso lutar, sou estudante e trabalhador e estou ao lado dos professores em greve, a greve é um direito Constitucional, salário é sobrevivência e não um mérito. Quem constrói a Unicastelo é um conjunto de pessoas que envolvem alunos, professores e todos os funcionários, muito bem lembrado a UNICASTELO é um patrimônio da comunidade de Itaquera e por isso é preciso ir a luta, estou sempre ao lado de quem luta.
Prefiro terminar meu curso em dezembro ou sei lá quando, do que assistir meus professores retornarem da greve sem nenhuma conquista, SALÁRIO É SOBREVIVENCIA.
A indiferença
Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afectou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde.
Bertolt Brecht
Parabéns!!! Quando estudei na Unicastelo há uns 4 anos atrás participei de uma greve, pois haviam mandado todos os professores embora, fiquei indignada, fui para a rua com os alunos, e conseguimos nossos professores e seus salários de volta!!! Desejo que essa luta não seja em vão, e que esse momento sirva de lição para os analfabetos políticos, para todos que irão se beneficiar com a luta de vocês...
ResponderExcluirAbraço, força...e essa luta continua sendo "nossa"
Lilian