quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pensemos

Quem é responsável pelo quê?

Quem não depositou um ano de FGTS?

Quem não pagou 1/3 de férias?

Quem atrasou por mais de uma vez os salários?

Quem não pagou por trabalhos realizados a mais de um ano?

Quem prometeu reconhecimento ao professor pela dedicação exclusiva a universidade?

Quem é responsável pela greve?

4 comentários:

  1. Nada justifica as pressões da reitoria da universidade. E é lamentável (para não dizer vergonhoso) que os coordenadores de curso se tornem aliados dessa gestão que não está pagando o que é direito de quem trabalhou. Espero sinceramente que a coordenação do curso de História não seja conivente com essa situação e concorde que alguns professores cheguem a passar fome (no sentido concreto da expressão) por falta de tino gerencial de quem deveria administrar as finanças da universidade.

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  2. PARTE I: Acho que muito é importante entender com mais clareza - algo que talvez ainda não tenha acontecido por parte de muitos - o que realmente desencadeou essa situação de greve dos professores. Em primeiro lugar, o que levou a esse estado de coisas obviamente não foi uma reação impensada e imediata, do tipo estímulo-resposta, ao não pagamento dos salários referentes ao mês de abril. A questão das pendências financeiras da universidade com seus professores já se arrasta sem solução (e sem previsão concreta de solução) há, pelo menos, três semestres. E, desde que o problema surgiu, todos os professores mantiveram a calma, a paciência, a compreensão, o compromisso e a confiança, até porque sempre houve a promessa de que as coisas seriam, de algum modo, solucionadas. Paciência era a chave e todos os professores providenciaram a sua. Nesse meio tempo, a UNICASTELO passou por uma avaliação institucional realizada pelo MEC e obteve a nota 4 (nota vistosa, já que inúmeras outras universidades do país ficaram abaixo desse índice), o que só pode ser alcançado por conta de um comprometimento imenso e intenso dos professores com a universidade. Durante esse mesmo período, os professores foram incitados a se concentrar mais na universidade, fortalecendo seu vínculo profissional com a mesma, dedicando-se exclusivamente a ela. Muitos realmente o fizeram e passaram a fazer parte apenas do quadro docente da UNICASTELO, deixando outras atividades e aulas em outras instituições. Eu próprio fui um desses professores e, como tenho certeza que é do conhecimento dos meus alunos, desde então tenho me dedicado inteiramente a atividades ligadas à universidade (sou líder de grupo de pesquisa cadastrado no CNPq, sou o responsável por três projetos de extensão em vigência na universidade - um curso de Lógica Simbólica, do qual também sou o docente, o projeto "Cinema e Filosofia na Universidade" e o "Festival de Curtas UNICASTELO", sem contar os diversos TCC’s orientados, reuniões realizadas com a congregação de curso e também com a reitoria, projetos de extensão realizados no ano passado, além, principalmente, da carga horária integral como professor). Assim, ao mesmo tempo em que débitos da instituição com relação aos professores iam sendo acumulados (ah, voltando a falar apenas de mim, no ano passado ministrei aulas de adaptação durante os sábados, o que ocorreu durante o mês de junho e, até hoje, também não recebi por isso; mas esse é um problema meu, não dos demais professores), maior compromisso foi sendo exigido pela universidade e praticamente todos os professores se entregaram plenamente a esse compromisso, sem pestanejar. Tenho quase certeza que todos os professores que passaram a se dedicar dessa maneira à UNICASTELO acreditaram plenamente na instituição e na sua direção, vendo para a ela um futuro promissor, a construção de uma instituição de ensino superior particular de qualidade e não apenas mais uma das tantas faculdades caça-níqueis que têm por aí. Algo raro, mas que, na ocasião, parecia viável, ainda mais mediante um esforço conjunto tão focado. Os resultados dessa dedicação vieram com a já mencionada boa avaliação, mas a contrapartida da instituição, por outro lado, foi se mostrando cada vez mais frágil. Não vamos esquecer que logo no primeiro mês do atual semestre letivo, a instituição teve dificuldades em realizar os pagamentos salariais, já anunciando o que viria meses depois. O que temos hoje, é preciso destacar, não é apenas uma questão de um montante considerável de dívidas financeiras da instituição com seus atuais professores, muitos deles verdadeiros guerreiros, combatentes.
    (CONTINUA...)

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  3. PARTE II: Vivemos hoje um nebuloso período de transição administrativa, onde o diálogo com os professores deixou de ser claro, objetivo. A controladoria da nossa atual mantenedora está com um pé dentro e com o outro fora da universidade e, para piorar a situação, a mantenedora (esta ou aquela gestão financeira, na verdade não importa) como um todo construiu uma imensa dívida previdenciária, trabalhista, e sabe-se lá de que outros tipos. Por isso, é uma simplificação muito ingênua acreditar que o grave problema que hoje passamos se deve a um mero contratempo judicial, um acaso jurídico, prestes a se resolver mediante alguma manobra milagrosa. Os professores não estão querendo fazer um acordo, dizem alguns. Que acordo? “Aguardem, que tudo vai se resolver. Quando? Não temos a menor idéia”? Não, infelizmente, não é assim - e isso não só para nós professores, mas para todos funcionários e também para todos os alunos. Essas contas foram bloqueadas por que a instituição tem dívidas astronômicas e, é óbvio, em algum momento alguém iria cobrar. E o fez. Vamos supor que manobras judiciais venham a contornar o problema por agora e os salários sejam pagos - sem qualquer correção muito provavelmente. E depois? Acho que o mais importante de todo esse movimento grevista é a preocupação com o futuro, o verdadeiro futuro, da UNICASTELO. Não é possível continuar com a incerteza de se, no próximo mês, ou no outro, algum juiz diferente não fará o mesmo. Dívidas são assim, alguém sempre cobra. Eu, por exemplo, sem receber, estou com meu aluguel atrasado, pensão alimentícia atrasada (com direito a ameaças da nada amistosa mãe da minha filha), a conta bancária estourada e sem a possibilidade de fazer qualquer saque - não tenho tido dinheiro para a condução para chegar até a universidade e acompanhar tudo mais de perto; se os professores não estivessem em greve, eu teria que estar, por força maior. Para minha infelicidade, a imobiliária vai cobrar, o banco vai cobrar... Dívidas são assim... Eu gosto muito de trabalhar nessa instituição (é uma região periférica, para a qual muitos não dão nada), gosto muito dos meus alunos (nem todos, é verdade...), dos meus colegas professores (nem todos, é verdade...), de ensinar, de estar na sala de aula. Também estou muito preocupado com os rumos da instituição e a situação dos alunos neste semestre. Mas sei que os professores farão de tudo para resolver a situação com seus discentes. Sei disso porque meus colegas são pessoas de caráter, os únicos professores realmente comprometidos e ligados – enraizados, eu diria – a esta universidade e, portanto, muito diferentes de outros que na verdade pouco ou nada se importam se esta instituição terá futuro ou não, até porque o desleixo com a saúde bucal – o que garante consultórios e mais consultórios – e a guerra de todos contra todos (para parafraser Hobbes) - o que garante escritórios e mais escritórios - conseguem ser tão coisas tão comuns quanto o egoísmo e a estupidez. No entanto, é claro que uma eventual reposição de aulas demandará esforços, ajustes. Mas isso será para todo mundo. E esforço, é conosco mesmo. O que eu espero honestamente é que vocês não ignorem que foco maior da nossa preocupação, de todos nós professores, está direcionado àquela UNICASTELO que chegamos a aventar, aquela universidade que há não muito tempo acreditamos que poderíamos concretizar e para a qual muito contribuímos nos últimos meses. E esta universidade com a qual outrora sonhamos – e ainda sonhamos, enquanto nos for permitido – é justa, aberta, democrática, transparente, de qualidade, digna; e poderia prosseguir a lista de adjetivos. Queremos, em última instância, algo para nos orgulhar, até por que trabalhamos arduamente para que isso começasse a ganhar contornos mais nítidos. E, creio, esse também deve ser o único foco de todos aqueles verdadeiramente comprometidos com a nossa universidade: reitoria, professores, funcionários e alunos. Quero crer, que todos fazem parte dessa equipe.
    (COMENTÁRIO LONGO; TEVE QUE SER POSTADO EM DUAS PARTES)

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  4. Quero dizer como aluno que entendo o que se passa com os professores. Mas também como vai ficar a nossa situação, pagamos e estamos sem aula!Não podemos mudar porque não temos nota? Logo acaba o semestre e temos que pagar a rematrícula senão ficamos nós com dívida,e sem aula!
    O QUE FAZER?

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