quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Carta Aberta - Curso de Serviço Social da Unicastelo


CARTA ABERTA DOS PROFESSORES DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL DA UNICASTELO À COMUNIDADE ACADÊMICA, MOVIMENTOS SOCIAIS, ENTIDADES DA CATEGORIA PROFISSIONAL E A REITORIA


A Universidade Camilo Castelo Branco é uma universidade privada localizada na zona leste da cidade de São Paulo há décadas, e o curso de Serviço Social desde 2007. Na ultima quinzena do mês de dezembro ocorreram demissões de docentes de forma arbitrária. Tal processo foi precedido por uma greve (2010) dos docentes por reivindicação de salários e outros direitos que não estão sendo respeitados. Nesse ínterim o curso de Serviço Social é duplamente atingido, pois, além de precarizar o trabalho de seus professores, a demissão de sua coordenadora representa um ataque direto ao projeto político e pedagógico que vem sendo construído coletivamente pelos professores deste curso. Os professores do curso de Serviço Social reunidos nesta data, diante deste cenário, são favoráveis à recontratação imediata de todos os professores demitidos por razões políticas.

Salientamos, como expressão desse processo, que a reitoria imediatamente, por meio de portaria nomeou uma nova coordenação sem dialogar com os professores do curso, ferindo assim o artigo 4º – Titulo III, dos direitos e das responsabilidades gerais do assistente social – do código de Ética dos Assistentes Sociais que estabelece:

“ART 4º - É vedado ao assistente social - g) substituir profissional que tenha sido exonerado por defender os princípios da ética profissional, enquanto perdurar o motivo da exoneração, demissão ou transferência.”

Nesse sentido, reivindicamos uma reunião em caráter de urgência com a reitoria e sua representação para juntos garantirmos a continuidade do trabalho desenvolvido e a indicação de um (a) professor (a) para a coordenação deste curso que faça parte desse coletivo (professores do curso de Serviço Social da UNICASTELO campus Itaquera). Vale lembrar que, a instituição tem uma prática, que compõe a política pedagógica a alternância de seus coordenadores entre os professores da casa, a exemplo dos cursos de geografia, filosofia, história, química, odontologia e o próprio grupo da reitoria.

Cabe novamente destacar que a profissão de Serviço Social caracteriza-se por uma intervenção crítica e combativa, comprometida com a tradição democrática e com o debate plural, postura partilhada pelos docentes do curso de Serviço Social.

Assim, reiteramos pontos fundamentais que necessitam ser encaminhados: carga horária dos docentes, implantação do novo PPC, continuidade de projetos de pesquisa e extensão já iniciados, matrícula orientada, coordenações: estágio, TCC e atividades curriculares complementares, ou seja, dar continuidade as atividades político-pedagógicas do curso construídas até então, democraticamente e que fazemos questão que assim continue, desta forma, os professores preocupados com o planejamento e o início do semestre, solicitam:

·        Reunião com a reitoria para os encaminhamentos do curso de Serviço Social;
·        Transparência e democracia nas decisões com o curso de Serviço Social;
·        Garantia do princípio da autonomia universitária nas decisões políticas pedagógicas.

Assinam a carta os professores de Serviço Social e os Representantes Sindicais.

São Paulo, 29 de dezembro de 2011

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal em luta!


Car@s alun@s e professor@s,

desejávamos comparecer aqui, nessa data, para o tradicional feliz natal e próspero ano novo! Assim como desejar boas férias e aguardar pelo retorno no próximo ano.

Os fatos conhecidos, porém, nos obrigam a relembrar outros fatos, tão tristes quanto os que vivemos hoje na Unicastelo. E mais triste ainda é perceber, com Gonzaguinha, que a luta por seu direito continua um defeito e que, igualmente, objetiva matar, ao privar do trabalhador sua única condição de existência: o próprio trabalho.

Mas é nesse mundo em que a evasão parece impossível que devemos cantar: E VAMOS À LUTA!




Pequena Memória Para Um Tempo Sem Memória
Gonzaguinha




Pequena Memória Para Um Tempo Sem Memória 

Memória de um tempo onde lutar
Por seu direito
É um defeito que mata
São tantas lutas inglórias
São histórias que a história
Qualquer dia contará
De obscuros personagens
As passagens, as coragens
São sementes espalhadas nesse chão
De Juvenais e de Raimundos
Tantos Júlios de Santana
Uma crença num enorme coração
Dos humilhados e ofendidos
Explorados e oprimidos
Que tentaram encontrar a solução
São cruzes sem nomes, sem corpos, sem datas
Memória de um tempo onde lutar por seu direito
É um defeito que mata
E tantos são os homens por debaixo das manchetes
São braços esquecidos que fizeram os heróis
São forças, são suores que levantam as vedetes
Do teatro de revistas, que é o país de todos nós
São vozes que negaram liberdade concedida
Pois ela é bem mais sangue
Ela é bem mais vida
São vidas que alimentam nosso fogo da esperança
O grito da batalha
Quem espera, nunca alcança
Ê ê, quando o Sol nascer
É que eu quero ver quem se lembrará
Ê ê, quando amanhecer
É que eu quero ver quem recordará
Ê ê, não quero esquecer
Essa legião que se entregou por um novo dia
Ê eu quero é cantar essa mão tão calejada
Que nos deu tanta alegria
E vamos à luta.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Reitoria e Mantenedora rompem acordo com Professores - Unicastelo


Reitoria e Mantenedora rompem acordo com professores (e seus representantes) e demitem por motivações políticas

Até o momento, mantivemos a relação com a reitoria de maneira aberta e respeitosa. Porém, enquanto discutíamos uma proposta ofensiva de pagamento dos 13ºs em 17 parcelas e, inclusive, evitávamos expandir aos alunos notícias sobre a situação para não atrapalhar a retomada do crescimento da instituição, os gestores da instituição preparavam covardes ataques ao conjunto dos professores, e demitiram diversos professores por seu posicionamento político e/ou sobre o plano de carreira.
Numa carta à comunidade acadêmica, a reitoria afirmou o seguinte acerca das denúncias dos representantes sindicais: “Quanto à sugestão de que teriam havido razões políticas  a motivar as demissões, afirmamos que tal suposição não procede, visto que, na Unicastelo, linhas de pensamento divergentes têm convivido, tem sido estimulado o livre debate”. Ora, esta afirmação sim é improcedente, pois, no curso de pedagogia, os professores Antonio Zilmar e Ronaldo Gaspar, os quais gozam de amplo prestígio entre seus pares e discentes, foram demitidos sem indicação da coordenação. Portanto, obviamente, o foram pela participação no processo de organização sindical e discussão dos problemas enfrentados pelo professorado. Assim como a professora-coordenadora do curso de Serviço Social, recentemente avaliado como o melhor curso da cidade de São Paulo. Qual motivo? “Motivos (obscuros) da reitoria”? Ou a linha de “pensamento divergente” aceitável é somente aquela que, ao fim e ao cabo, converge para os interesses da própria instituição? Cadê a pluralidade que, de fato, deveria caracterizar uma instituição acadêmica? Se, como dizem, “as demissões havidas no final deste semestre ocorreram de maneira absolutamente coerente com a normalidade da vida acadêmica” e, por conseguinte, professores competentes com seus afazeres didático-pedagógicos foram demitidos, o que aqueles professores que também são competentes em suas respectivas áreas podem esperar desta universidade? Onde reside a coerência? E se não há coerência, como gozar de credibilidade?
Outros exemplos são o da profa. Sandra Tomaz, há 16 anos na instituição, uma das únicas professoras do curso de Odontologia a não assinar o plano de carreira, demitida sem nenhuma motivação acadêmico-pedagógica. Assim como a profa. Elke e o prof. Maurício, ambos da Educação Física, que no ano passado desafiaram seu coordenador para garantir seus direitos mínimos e, agora, sem nenhuma justificativa plausível, igualmente foram demitidos. Do mesmo modo, também o foi o prof. Dárcio,  ha 21 anos na instituição, da Farmácia, que, na última semana, reavaliou sua postura de assinar o plano de carreira. Novamente, como depois de proceder deste modo, a reitoria pode escrever que, “Igualmente infundada é a suposição de que desligamentos teriam sido promovidos em decorrência da não adesão de alguns professores ao Plano de Carreira Docente da Unicastelo.  A migração para o Plano de Carreira Docente dá-se de maneira absolutamente voluntária”. Ora, quem está sendo improcedente em suas afirmações?
Pois bem, o ataque a esses professores é um ataque a todos os professores e à sua organização – portanto, também um ataque ao sindicato da categoria –, configurando mais um desrespeito da administração dessa instituição.
Ademais, além de nos privar de nossos direitos trabalhistas mais elementares, acumulando dívidas e mais dívidas junto ao corpo docente e aos funcionários, essa administração ainda tenta nos privar do direito constitucional de organização sindical e, tão grave quanto, da própria verdade, pois, ao mesmo tempo em que alega não fazê-lo, faz perseguições políticas descaradas. Trata-se, portanto, de um jogo duplo, no qual eles dizem uma coisa e promovem outra. Urge nos organizarmos e demonstrarmos nossa insatisfação. Tão grave quanto a opressão é a compactuação com ela. E, disto, jamais seremos cúmplices.
À luta!

Reativando o blog - a luta continua



Car@s alun@s e professor@s,
Pretendíamos, há algum tempo, reativar esse espaço de discussão e debate, agora voltado a temas mais amplos e gerais sobre o ensino superior privado, necessidade, aliás, evidenciada pelos últimos acontecimentos envolvendo a Uniban e Anhanguera. Porém, mais uma vez, devemos utilizar essa ferramenta com o objetivo de nos defender dos ataques da reitoria e da mantenedora da Unicastelo. 
Nesse momento, além de expropriarem nossos mais básicos direitos trabalhistas - atraso no pagamento dos salários, férias e 13os, não depósito do FGTS, não recolhimento de INSS e IR -, a Unicastelo deseja também nos expropriar de nosso salário, de nosso direito de organização sindical e da própria verdade. 
Lamentamos muito informar que nessa semana diversos professores foram demitidos ou por não assinarem o Plano de Carreira Docente e, portanto, não aceitarem a redução salarial de mais de 50%, ou por posicionarem-se contrários à reitoria em assembléias e atividades de organização sindical. 
Se é prerrogativa do capital atacar e vilipendiar nossos direitos e e tentar suprimir nossa dignidade humana e profissional. É, ao mesmo tempo, direito e obrigação dos trabalhadores unirem-se, organizarem-se e dizerem um vigoroso e sonoro NÃO!


Mobilização de Professores e Alunos em maio de 2010 - Unicastelo